Continuando com as postagens sobre o Inhotim, hoje eu vou falar sobre o Eixo Laranja, um dos meus preferidos no Parque. O lugar é maravilhoso e enorme. Um Jardim Botânico riquíssimo que abriga um espetacular museu a céu aberto. Saiba que são necessários dois ou três dias para conhecê-lo de verdade. Eu já sabia que apenas um dia não seria o suficiente, então separei dois dias inteiros para passear pelos jardins e conhecer as obras de arte e galerias. Apesar de ser cansativo, é um passeio delicioso. O parque é grandioso e no fim do segundo dia eu saí de lá querendo voltar. Não é à toa que já estive no Inhotim seis vezes: foram dois dias de visita em cada ano: 2015, 2019 e 2021.
Inhotim é dividido em 3 Eixos (caminhos/rotas): Amarelo, Laranja e Rosa. O eixo amarelo fica na parte central do parque, é menor e todo feito a pé. Já os eixos laranja e rosa são maiores e contam com serviço de carrinhos de golfe em pontos estratégicos, facilitando o acesso às obras/galerias que estão mais distantes. Mesmo com o auxílio dos carrinhos de golfe, caminhar muito faz parte do roteiro para conhecer Inhotim, pois a maioria das atrações são acessadas a pé. O recomendado é dividir o passeio em duas visitas: um dia para conhecer o eixo amarelo + as atrações dos eixos rosa e laranja que estão por perto, e um dia para os eixos rosa e laranja com o auxílio dos carrinhos. Os carrinhos são pagos à parte e custou R$ 30,00 em junho de 2021.
Atenção: esse post foi atualizado em junho de 2021.
O Eixo Laranja é o maior dos três, totalizando 35 atrações: são 10 galerias, 8 obras ao ar livre, 6 jardins temáticos e 11 destaques botânicos. Das 6 rotas dos carrinhos de golfe, duas estavam desativadas: as rotas 5 e 9. Não sei dizer se as rotas foram desativadas temporariamente ou se foi algo definitivo. Como são muitas atrações no eixo laranja, optei por dividir o post em duas partes. Nesse post destaquei a maioria das galerias e no post 2 destaquei o que mais gostei das outras atrações.
Inhotim: Eixo Laranja - Obras e Galerias
No mapa abaixo estão destacadas todas as obras, galerias e jardins temáticos do eixo laranja:
Galerias:
- G7: Galeria Adriana Varejão
- G11: Galpão
- G14: Valeska Soares
- G15: Galeria Cosmococa
- G17: Marilá Dardot
- G18: Carlos Garaicoa
- G19: Cristina Iglesias
- G20: Galeria Lygia Pape
- G21: Galeria Psicoativa Tunga
- G22: Carroll Dunham
G20 - Galeria Lygia Pape
- Ttéia 1C, 2002
Material: fio metalizado.
A obra é inspirada nas teias de aranha na natureza que aparecem e desaparecem de acordo com a incidência de luz. O efeito aqui observado é o resultado de grandes instalações com fios metalizados que vão do piso ao teto, em uma sala super escura.
A obra é inspirada nas teias de aranha na natureza que aparecem e desaparecem de acordo com a incidência de luz. O efeito aqui observado é o resultado de grandes instalações com fios metalizados que vão do piso ao teto, em uma sala super escura.
Essa é uma das minhas galerias preferidas. Amo essa criatividade. Acho genial. É super lindo e incrível esse efeito.
G7 - Galeria Adriana Varejão
Essa é a minha galeria preferida e uma das mais bonitas do Inhotim. A galeria em si é apenas uma enorme caixa de concreto, porém um lindo espelho d'agua recepciona o visitante e deixa o cenário perfeito, ainda mais com essa vegetação em volta. As obras da Adriana Varejão são maravilhosas.
São 6 obras nessa galeria: Panacea Phantastica, Linda do Rosário, O colecionador, Carnívoras, Celacanto provoca maremoto e Passarinhos - De Inhotim a Demini.
- Panacea Phantastica, 2004-2008
Serigrafia sobre azulejo.
Nessa obra os azulejos retratam 50 tipos de plantas alucinógenas de diferentes partes do mundo. Em um dos azulejos, um texto sugere a relação entre os efeitos alucinógenos das plantas e as mudanças na percepção do que está à nossa volta, efeitos que também podem ser provocados pela arte.
- Carnívoras, 2008
Material: óleo e gesso sobre tela
Contrastando com a narrativa de Celacanto provoca maremoto, aqui cada azulejo representa uma figura isolada, ao contrário dos grandes painéis, que na azulejaria tradicionalmente narram acontecimentos históricos. Nessa obra cinco carnívoras em tons de vermelho intenso são representadas: Darlingtonia, Dionaea, Drosera, Heliamphora e Nepenthes.
- Celacanto provoca maremoto, 2004-2008
Material: óleo e gesso sobre tela
A obra vale-se do barroco e da azulejaria portuguesa como principais referências históricas, mas também da própria história colonial que une Portugal e Brasil: afinal de contas aqui estamos nos domínios do mar, o grande elemento de ligação entre velho e novo mundos no período das grandes navegações. São 184 azulejos fazendo referência à maneira desordenada e casual como são repostos os azulejos quebrados dos antigos painéis barrocos. As pinturas mostram duas faces do mar: ora calmo, ora revolto. O maremoto e as feições angelicais nas pinturas formam esta calculada arquitetura do caos.
Sou apaixonada nessa obra. Acho incrível. Genial. Teria uma parede dessa na minha casa. Realmente essas telas se parecem muito com enormes azulejos, tanto que inicialmente a obra se chamava "Azulejões". A imitação de azulejos é perfeita e esses craquelados tornam cada pintura única.
G19 - Cristina Iglesias
- Vegetation Room Inhotim, 2010-2012
Material: aço inox, bronze, resina de poliéster e fibra de vidro.
Segundo a artista, essa obra consiste em "uma sala vegetal sem teto, a céu aberto no meio da floresta, com paredes de aço inoxidável, que refletem a natureza e, portanto, desaparecem, se camuflam". Nem todos os espaços são acessíveis, sendo preciso olhar para fora para encontrar a próxima entrada.
Gosto demais dela. Acho a coisa mais linda essa estrutura espelhada que lembra um labirinto.
G18 - Carlos Garaicoa
- Ahora Juguemos a Desaparecer (II), 2002
Material: mesa de metal, velas e instalação de vídeo.
Uma cidade fictícia em miniatura moldada em velas reúne prédios históricos de diferentes partes do mundo. A obra representa uma cidade bombardeada. Algumas velas são acesas enquanto outras permanecem apagadas, ou seja, nem todas as construções são atingidas da mesma maneira.
G22 - Carroll Dunham
- Garden 1-5, 2008
A natureza não domestica é o tema central dos cinco quadros pintados pela artista. As árvores não são idealizadas, pastorais ou domesticadas. Elas são ousadas, agitadas, cheias de lama, borradas e sombrias.
G17 - Marilá Dardot
- A Origem da obra de arte, 2002
Material: vasos de cerâmica em forma de letras, terra, sementes e instrumentos de jardinagem.
Sem paredes, janelas ou portas, o local é um ateliê de plantio aberto para a paisagem. Inicialmente foram feitos 1500 vasos-letras, produzidos no Inhotim por mulheres das comunidades do entorno. Entretanto, hoje existem poucas unidades e muitas estão quebradas. Além do convite para formar frases e palavras, o visitante tem à disposição utensílios de plantio, terra e sementes.
A proposta é genial. Nessa hora os adultos voltam a ser crianças, caçando as letras pelo gramado para formar palavras. Achei divertido e fofo. Como falei acima, havia muitas letras quebradas. A letra "M", por exemplo, estava indisponível no momento em que visitamos a galeria e nós tivemos que improvisar. Usamos duas letras "i" e um acento circunflexo kkkkk.
G21 - Galeria Psicoativa Tunga
São duas galerias exclusivas dedicadas às obras de Tunga: a Galeria True Rouge, localizada no eixo amarelo e a Galeria Psicoativa Tunga que é uma das maiores do Inhotim, com 2,200 m². O artista ultrapassa os limites entre a ciência e a fantasia, a realidade e a ficção, criando uma mitologia própria. Gosto muito das obras feitas com ímãs, vidros e cristais. Abaixo estão algumas fotos das obras desta galeria.
- Cooking Crystals Expanded, 2009
Tunga se autodeclara um velho leitor de textos sobre alquimia. Para ele, essa antiga tradição, na qual se encontram a ciência e a magia, também dá origem aos conhecimentos da arte. Segundo Tunga, olhar é uma espécie de cozinhar, onde digerimos aquilo que olhamos. Tunga retrata a alquimia como arte. E que arte! Acho incrível essa criação.
- Psicopompo Cooking Crystal - Boneco, 2010
Material: ferro, vidro, imã, água cromatizada, resina epóxi, aço e cristal de quartzo.
G14 - Galeria Valeska Soares
- Folly, 2005-2009
Material: vídeo transferido para DVD, pavilhão de madeira, espelho, trilha sonora The Look of Love.
Consiste em uma bailarina dançando, projetada em vídeo nas paredes espelhadas no interior do pavilhão. Uma vez dentro desta estrutura, o espectador pode perceber-se parte da dança projetada em vídeo nas paredes espelhadas em seu interior. As múltiplas imagens são formadas por reflexos, fazendo com que os dançarinos se aproximem e se afastem, bem como envolvendo o visitante ao som da canção The look of love, de Burt Bacharach.
Consiste em uma bailarina dançando, projetada em vídeo nas paredes espelhadas no interior do pavilhão. Uma vez dentro desta estrutura, o espectador pode perceber-se parte da dança projetada em vídeo nas paredes espelhadas em seu interior. As múltiplas imagens são formadas por reflexos, fazendo com que os dançarinos se aproximem e se afastem, bem como envolvendo o visitante ao som da canção The look of love, de Burt Bacharach.
Assim termina o eixo laranja. Durante o trajeto há 6 sanitários, sendo 2 com vestiário, uma hamburgueria e bebedouros espalhados pelo parque.
OBS:
See you later!
- As fotos são de 2015, 2019 e 2021. Algumas obras não estão mais em exposição;
- Os textos foram retirados do próprio site do Inhotim;
- Às vezes esqueço que tenho um blog e acabo deixando de fotografar muita coisa. So sorry!
See you later!
Lana Cole.
Dá pra ir a pé do eixo amarelo até a Galeria da Adriana Varejão?
ResponderExcluirDá pra ir do eixo amarelo até a galeria Adriana Varejão a pé?
ResponderExcluirEi, Marilya! Dá sim. A Galeria da Adriana Varejão (G7) fica perto do Eixo Amarelo.
Excluir