Oie, gente!
Finalmente tive "férias" em 2020 e vim compartilhar com vocês. Fiquei em casa o máximo que pude, mas confesso: já estava surtando de vontade de ver um mar azul — minha paisagem preferida da vida! Passei meses pesquisando vários destinos no Brasil, montando roteiros do Norte ao Sul, mas, por alguns motivos, acabamos voltando para o destino de praia que mais amo por aqui: Arraial do Cabo!
Depois que minha viagem para a Grécia foi cancelada por causa da pandemia (a viagem seria em junho de 2020), ainda cheguei a planejar outro destino internacional para dezembro, na esperança de que a pandemia já tivesse ficado no passado. Porém, novembro chegou e a pandemia continava no presente. Como a situação ainda estava (e está) muito instável, preferi uma viagem de carro, pois ainda não era o momento de encarar um aeroporto. Para a minha alegria, meu destino de praia preferido no Brasil fica relativamente perto da minha cidade. E vamos combinar: se existe mar mais caribenho por aqui, eu desconheço!
De Vitória (ES) até Arraial do Cabo são 450 km de distância, em uma viagem de aproximadamente 7 horas, já que boa parte da estrada não é duplicada e vive em obras. Essa foi a nossa sexta vez na Região dos Lagos, mas foi a primeira vez que nos hospedamos em Arraial. Nas outras vezes, sempre optamos por dividir a hospedagem entre Búzios e Cabo Frio. Preciso polemizar: apesar de ter as praias mais incríveis, Arraial é a pior opção quando falamos de hospedagem, alimentação e vida noturna. Búzios é a melhor cidade para se hospedar — além das inúmeras opções de hospedagem, tem um comércio excelente, a melhor vida noturna e ótimos restaurantes. O ponto negativo é a distância até Arraial do Cabo (38 km), por isso a melhor estratégia, na minha opinião, é dividir a hospedagem entre Búzios e Cabo Frio, assim você aproveita o melhor das três cidades. A dica é fazer bate-volta de Cabo Frio para Arraial, já que são apenas 13 km entre elas. Entretanto, em época de pandemia, estavam sendo adotadas barreiras sanitárias nas cidades, e só era possível acessá-las com QR Code de alguma reserva de restaurante, passeio ou hospedagem.
Outro ponto importante: a nossa intenção era manter ao máximo o isolamento social e passar os dias curtindo um mar azul. Por isso, alugamos um apartamento em Arraial do Cabo e fizemos a maior parte das refeições no apê. Dos 7 dias que passamos por lá, saímos apenas uma vez para jantar fora — e o restaurante estava vazio. Durante o dia, almoçávamos mais tarde para evitar a muvuca, e as demais refeições eram preparadas no apartamento ou pedidas via Ifood. Foi a melhor escolha que fizemos, e não mudaria nadinha.
Além dos 7 dias em Arraial do Cabo, a gente também ia passar 3 dias em Cabo Frio. Porém, no dia em que chegamos, percebemos que não existia nenhuma barreira sanitária. Tanto Arraial quanto Cabo Frio estavam com as entradas completamente liberadas. Diante disso, desistimos da hospedagem em Cabo Frio e fomos direto para Búzios.
Região dos Lagos em Novembro de 2020
Atenção: Arraial do Cabo e Cabo Frio estavam LOTADAS. Fiquei chocada, mas não vou ser hipócrita. É claro que eu não esperava ser a única turista por lá, só que eu esperava encontrar a barreira sanitária funcionando e algum esforço, tanto da população quanto dos moradores, para manter o distanciamento social. A realidade, no entanto, era outra: parecia que a pandemia já havia acabado. Vimos MUITA aglomeração, passeios de barco LOTADOS, cadeiras e guarda-sóis sem nenhum distanciamento. A maioria das pessoas nas ruas e nos barcos estavam sem máscara. Em alguns restaurantes, até havia mesas interditadas para garantir o distanciamento; já em outros... Fiquei desacreditada. O comportamento das pessoas na praias, nas ruas e em muitos restaurantes era como se nada estivesse acontecendo.
Em Cabo Frio, por exemplo, fomos a um restaurante que estava respeitando o distanciamento entre as mesas, mas passamos por outro que estava completamente lotado — e ainda tinha fila de espera. A única cidade onde vimos um número significativo de pessoas usando máscara nas ruas foi Búzios. Apesar de também estar com as praias cheias, nem se comparava com a muvuca de Arraial e Cabo Frio.
Outro absurdo aconteceu na Praia Grande, em Arraial. A gente estava procurando o lugar mais isolado da praia para ficar quando um rapaz veio me abordar, querendo oferecer alguma coisa. Ele perguntou se podia trocar uma palavra comigo. Eu disse que não e continuei andando. Ele me chamou de mal-educada e ficou falando um monte. Kkkkk Nem dei ideia, porque eu realmente não queria bater papo. Detalhe: ele estava sem máscara — assim como quase todos os ambulantes e muitos funcionários dos quiosques. E eu sou a mal-educada por querer manter distância e fazer a minha parte? Enfim...
Nossos dias foram se adaptando à quantidade de pessoas que eu via nos lugares. Como a gente SEMPRE procura ficar nos cantos mais isolados, deu para manter distância das pessoas em todos os lugares. Em dias mais movimentados, a opção era ir para praias menos frequentadas e/ou passear por lugares alternativos.
Arraial do Cabo: Praias
1) Praia do Pontal
É a primeira praia de Arraial e fica um pouco escondida, pois não dá para vê-la da estrada. Muita gente passa direto por ela e segue para a Prainha, que é a primeira praia visível ao chegar na cidade. A Praia do Pontal costuma ficar mais vazia e tem um lindo visual — é uma das minhas preferidas! O mar é raso e, dependendo do vento, pode estar mais ou menos agitado. A água estava deliciosa, com uma temperatura super agradável. Vimos tantas tartarugas nadando perto das pedras, bem no rasinho... contamos umas 10! Coisa mais linda!
2) Praia do Foguete
É a continuação da Praia do Pontal — de uma, dá para avistar a outra. A Praia do Foguete já fica em Cabo Frio, bem em frente à Lagoa da Coca Cola (apelidada assim por causa da coloração da água). Quando o vento está forte, a lagoa vira point dos praticantes de kitesurf. O local é lindo e muito agradável, apesar do mar ser bem agitado.
3) Praia da Figueira
3) Praia da Figueira
Essa praia fica um pouco mais distante do centro de Arraial — são cerca de 17 km. Apesar de o mar também ser mais agitado, é uma ótima opção para fugir da muvuca, especialmente em tempos de pandemia.
4) Praia Brava
4) Praia Brava
É uma das melhores opções para fugir do agito. O acesso é feito por uma trilha meio escondida, próxima à Pousada Tanto Mar, na Rua Castro Neto, no Pontal do Atalaia. A caminhada é curta (cerca de 10 minutos), já que dá para estacionar nas ruas próximas à entrada da trilha. Uma dica importantíssima: escolha dias com pouco vento e maré baixa. Isso porque, além de a praia ser super agitada, durante a maré alta praticamente não sobra faixa de areia. Já na maré baixa (ou seca), é possível encontrar bancos de areia — e a vista é uma das mais bonitas de Arraial!
Cabo Frio: o que fazer
1) Praia das Dunas e Duna-Mãe
Outra opção para fugir da muvuca são as dunas. Em Cabo Frio, há duas opções lindas:
Praia das Dunas: ela costuma ficar mais vazia, já que a maioria prefere a Praia do Forte. As duas são interligadas, ou seja, a Praia das Dunas é uma continuação da Praia do Forte.
Duna-Mãe (ou Duna Dama Branca): é imperdível e fica do outro lado da praia. Dá até para vê-la da estrada, por causa do seu tamanho. Com 33 metros de altura, é considerada a maior duna isolada do Sudeste brasileiro. Essa região é linda demais! O ideal é ir no fim do dia, para aproveitar o pôr do sol — que se põe atrás dela. Eu sou suspeita, pois adoro o visual das dunas. Fomos em um domingo na Praia das Dunas e estava muito agradável, bem vazia. Já a Duna-Mãe normalmente fica sempre vazia. Apenas alguns turistas procuram esse local para assistir ao pôr do sol, além de alguns passeios de buggy que passam por lá. No mais, o lugar costuma ficar bem vazio.
Às margens do Canal do Itajuru, o Bairro da Passagem é super charmoso e fotogênico, com suas casinhas coloridas, ruas de pedra, becos floridos e cantinhos encantadores. Por incrível que pareça, é um local pouco movimentado — foi uma ótima opção durante a pandemia. Do Canal do Itajuru partem os barcos que levam até a famosa e maravilhosa Ilha do Japonês.
3) Ilha do Japonês
A Ilha do Japonês, por sua vez, costuma ficar bem cheia e precisa que a maré esteja baixa para ser bem aproveitada — com a maré alta, a paisagem muda completamente. A dica é escolher um dia de semana para encontrá-la mais vazia e curtir melhor o lugar.
Para as praias mais famosas de Arraial, como Prainha, Praia Grande, Prainhas do Pontal do Atalaia, Praia do Farol e Praia do Forno, não tem jeito: os melhores dias são de segunda a quinta, longe de feriados. Se você tiver disponibilidade, recomendo ficar o máximo de dias que puder, porque as praias de Arraial viram outras em dias de pouco movimento. É um verdadeiro paraíso!
Nós viajamos em novembro, e a cidade ainda não estava tão cheia quanto costumar ficar no verão. Nunca indico viajar entre dezembro e janeiro, por ser período de férias escolares. Nos finais de semana também é muito comum encontrar tudo lotado, então a melhor dica é passar a semana inteira (ou mais) por lá para curtir como um morador local.
Região dos Lagos: Dicas de Restaurantes
Em Arraial do Cabo, nós fomos ao Pimenta Rosa e amamos. Também pedimos comida do Point Calamares e um hambúrguer bem saboroso do The Blend.
Em Cabo Frio, fomos no maravilhoso Galápagos — comemos um risoto de carne-seca com banana-da-terra que estava divino! Também indico o Restaurante do Zé (Zé da Picanha), famoso pela picanha na brasa. Preciso destacar a porção de feijão tropeiro, que é deliciosa e bem farta.
Em Búzios, eu sempre indico o Chez Michou — adoro os crepes, o ambiente e, principalmente, a calda de chocolate artesanal que acompanha o crepe doce. Sempre trago um pote para casa. São dois tamanhos: 200 e 400 gramas. Agora são dois Chez Michou, um em frente ao outro. No antigo, você faz o pedido no balcão e efetua o pagamento antes de ser servido; já no outro, você fica com a mesa aberta, mas é cobrada taxa de serviço.
OBS: alguns restaurantes excelentes que conhecemos em outras viagens estavam infelizmente permanentemente fechados, incluindo a melhor sorveteria de Búzios — o Finlandês.
Bom, sou suspeitosíssima para falar, mas, na minha humilde opinião, Arraial é um pedacinho do Caribe no Brasil. Passaria um mês inteiro (ou mais) só admirando aqueles tons de azul. Essa viagem foi um misto de emoções. Aproveitei mais do que em todas as outras vezes que estive por lá, porque comecei a me perguntar: "e se eu não puder mais voltar?" "E se vier mais um ano de quarentena?"
A sensação de rever aquelas paisagens que tanto me impressionam foi única. Passei a valorizar ainda mais a oportunidade de estar em lugares que fazem parte das minhas prioridades. Enfim, voltei com poucos arquivos e usei o celular o mínimo possível. Fiz alguns registros lindos, mas meu foco era contemplar e agradecer — sempre. Quis aproveitar ao máximo aquele contato com a natureza, porque nunca imaginei que sentiria tanta falta do mar como senti nesse ano.
Não resisto a esse azul absurdamente lindo e sem filtro. Fomos para as Prainhas do Pontal do Atalaia de barco-táxi, pois eu não sabia se o acesso pelo Pontal estaria cheio. Mesmo indo no meio de semana, foi uma ótima escolha: pude admirar esse azul de vários ângulos.
Algumas Considerações Finais Sobre Viajar na Pandemia
- Eu não tive coragem de viajar de avião em 2020. Acredito que viajar de carro foi a melhor opção nesse ano;
- Não me arrependi de ter viajado — conseguimos manter o isolamento e até teria ficado mais alguns dias em Arraial;
- Alugado um apartamento foi maravilhoso e fez toda a diferença nessa viagem;
- Não fizemos nenhum tipo de passeio. Eu amo o passeio de barco de Arraial, acho imperdível, mas em época de pandemia não tive coragem. Fiquei muito chocada com as embarcações lotadas;
- Em Arraial do Cabo, todas as trilhas e acessos às praias estavam funcionando normalmente. Tinha lido que a trilha para a Praia do Forno estava com acesso limitado e que o uso de máscara era obrigatório, mas quando fomos estava tudo liberado, sem controle;
- Não sei o que esperar de 2021, mas acredito que é possível viajar com segurança se cada um fizer a sua parte — principalmente os prestadores de serviço. Não adianta lotar voos, passeios de barco, restaurantes... Não adianta liberar geral sem limitar o número de turistas e sem garantir o distanciamento.
Bom, é isso! Me conta: você viajou durante a pandemia? Escolheria viajar de carro, avião ou tanto faz? Qualquer dúvida ou sugestão, é só deixar seu comentário aqui embaixo!
See you leter!
Lana Coli.
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