Piscinas Naturais de Porto de Galinhas e a Tábua de Marés

Oie, gente!

Hoje eu venho falar sobre um lugar que eu amo no nosso Nordeste: Porto de Galinhas. E aproveito para comentar também sobre a tão temida "Tábua de Marés", que muita gente ouve falar antes de ir para lá. O Nordeste é realmente encantador, e Porto de Galinhas tem meu coração. Já fui três vezes e confesso que voltaria outras tantas! 

Um dos pontos positivos é a proximidade com o Aeroporto de Recife o que torna essa viagem muito prática. Em comparação com outros destinos nordestinos, que às vezes exigem longos deslocamentos, chegar a Porto é super fácil e sem perrengue. A cidade fica em Ipojuca, a pouco mais de 50 km do Aeroporto Internacional do Recife. Continue no post e confira esse destino encantador.

Se você quer curtir as piscinas naturais, a melhor época vai de setembro a fevereiro. Eu já estive lá em maio, agosto e setembro. Em maio, pegamos só uma nuvem passageira que durou menos de 5 minutos. Já em agosto... choveu litros quase todos os dias! Um pesadelo! A sorte é que conseguimos fazer o passeio mesmo assim. Apesar do tempo nublado, a Lua cheia e a maré baixinha (0.2) permitiram que a gente aproveitasse o passeio.

Porto de Galinhas e a Tábua de Marés

Eleita por vários anos consecutivos como a melhor praia do Brasil, Porto de Galinhas é famosa por suas piscinas naturais. Além de lindas, são as de mais fácil acesso de todo o Nordeste: são cerca de 200 metros percorridos em menos de 5 minutos de jangada. As piscinas ficam na praia do centro, que leva o nome de Porto de Galinhas. É preciso comprar ingresso para ter acesso às jangadas que te levam mar adentro. O ponto de vendas fica próximo à descida para a praia, em um quiosque identificado como Associação de Jangadeiros de Porto de Galinhas. O passeio custou R$ 25,00 (valor de 2016) e durou POUCO — cerca de 45 minutos.

OBS: Porto de Galinhas é um destino incrível, mas está longe de ser a praia mais bonita do Brasil. 

É fundamental consultar a tábua de marés e avaliar qual o melhor dia e horário para conhecer as piscinas naturais. A maré é um fenômeno natural complexo, com muitas variáveis envolvidas, mas basicamente é causada pela força de atração da Lua e do Sol sobre a Terra. Essa força é bem sutil e a gente nem percebe no dia a dia, mas a superfície dos oceanos é consideravelmente afetada devido à fluidez da água. A Lua influencia mais intensamente por estar mais próxima da Terra e, por isso, sua força gravitacional atrai os oceanos, fazendo com que a maré suba ou desça à medida que ela gira ao redor do planeta.

 Aqui a maré estava 0.3

OBS: além de escolher um período sem chuvas, leve em conta a fase da Lua para garantir uma viagem proveitosa.

É nas Luas Nova e Cheia que as piscinais naturais mostram toda a sua beleza. Isso porque, durante a maré baixa nesses períodos, o nível da água fica ainda mais raso, permitindo uma visibilidade muito maior. A maré varia duas vezes por dia: são duas marés altas e duas marés baixas, com duração média de 6 horas cada. Esses horários sofrem um pequeno atraso a cada dia, por isso mudam de uma semana para outra.

Geralmente, uma das marés baixas ocorre de madrugada ou no fim da tarde, sendo inútil para os passeios por conta da falta de luz solar. O ideal é que a maré esteja abaixo de 0.5 — quanto mais próxima de 0.0, melhor. Nas três vezes em que estive em Porto de Galinhas, visitei as piscinas com marés entre 0.2 e 0.3. 

Segundo os jangadeiros, é possível aproveitar as piscinas por cerca de 1h30 antes e 1h30 depois do horário indicado na maré mínima daquele dia. Então, o ideal é se programar para chegar um pouco antes do horário previsto na tábua de marés, para aproveitar as piscinas no ponto mais baixo da maré. 

Confira a tábua de marés para as piscinas de Porto de Galinhas aqui ou diretamente no site da Marinha aqui. Existem vários sites que disponibilizam essa informação, mas eu sempre confiro pelo site oficial da Marinha.

Dados da Marinha - Porto de Suape (para Porto de Galinhas)

Pegando como exemplo o dia 16 (início da Lua Nova), às 9h23 a maré atinge seu mínimo de 0.0 e, em seguida, já começa a subir. O ideal é chegar cerca de 1h30 antes para pegar as piscinas bem limpas e cristalinas. Assim que a maré começa a encher, ainda é possível aproveitar as piscinas por um pouco mais de 1 hora, mas elas já não estarão tão cristalinas como no início.

OBS: 

• Repare nos dias seguintes: nos dias 17 e 18, a maré também chega a 0.0, com ~40 minutos de diferença de um dia para o outro;
• Nos dias 19 e 20, a maré começa a subir para 0.1 e 0.2, respectivamente. Ainda são dias excelentes para curtir as piscinas, e o horário das 12h é ainda melhor por conta da intensidade da luz solar;
• Já no dia 21, a maré atinge seu mínimo de 0.3 às 00h41 — um horário inútil para conhecer as piscinas. Às 13h09, a maré estará em 0.4. Dizem que ainda dá para aproveitar bem as piscinas com maré de até 0.5.

Se você fizer o passeio de buggy, geralmente a primeira parada será na Associação dos Jangadeiros para comprar o ingresso e seguir para as piscinas naturais. O bugueiro te espera no local e, ao final do passeio de jangada, ele dá continuidade ao roteiro. Claro que o horário vai depender da maré, mas os bugueiros costumam estar bem atualizados sobre o melhor horário. Se a maré estiver alta, não será possível visitar as piscinas naquele dia. 

OBS: 

• A visita às piscinas é independente, não é preciso contratar passeio por fora. Basta ir ao local indicado, comprar o ingresso e seguir para as jangadas; 

• Se estiver hospedado no centrinho de Ipojuca, dá para ir andando até o ponto de venda;

• Quando a maré está bem baixinha, é possível até atravessar nadando. Mas atenção: pode não ser uma boa ideia, pois na volta a maré pode já estar mais alta. Avalie bem!

Com a maré baixa, dá até para avistar os recifes da areia da praia. Confira na foto abaixo:

Uma das coisas que mais gosto em Porto de Galinhas é que o destino pode ser contemplado mesmo fora da água. Você não precisa mergulhar, como acontece em Maragogi, por exemplo, onde a única opção é ficar dentro d'água, já que não há bancos de areia nem caminhos entre os recifes como aqui. Observar as várias piscinas formadas em meio aos corais e o contraste com o mar aberto é simplesmente fascinante. 

Se quiser mergulhar, leve seu próprio snorkel ou alugue um antes. Os jangadeiros até disponibilizam alguns, mas é muita gente que usa... #nojinho.

Mapa do Brasil ou da América do Sul???

Foto de 2011, após chover litros nos dias anteriores, com maré de 0.2 e Lua Cheia.

Importante lembrar: as piscinas nunca estarão exatamente do mesmo jeito. A cor e a transparência da água variam conforme a intensidade do sol, se choveu nos dias anteriores, os vento e outros fatores. 

Foto de 2012 com maré de 0.2

Andar sobre os recifes pode não ser uma tarefa muito fácil ou agradável. Eles são bem escorregadios e há partes com MUITOS ouriços. Vá pelo menos de Havaianas (por serem de borracha, escorregam menos) mas, se puder, vá com sapatilhas de mergulho. Elas ficam presas aos pés e facilitam a caminhada. Outra opção são aquelas Crocs ou algo do tipo. 

Apenas para terem uma noção da quantidade de ouriços "escondidos"...

A preocupação em preservar esse paraíso natural é constante, mas nem sempre eficaz. Cerca de 1 MILHÃO de pessoas visitam as piscinas naturais por ano, pisoteando os recifes de corais. A área permitida para caminhar representa apenas 7% da área total dos recifes. Apesar de pequena, essa área sofre degradação, e os corais podem levar até 200 anos para se recuperarem! Nos últimos tempos, a área de visitação foi reorganizada, com novas cordas e boias delimitando o espaço, justamente para reduzir o impacto. A área permitida para caminhada sobre os corais está menor, e agora somente as piscinas abertas estão liberadas para banho — as piscinas fechadas (cercadas pelos corais) não podem mais ser acessadas. 

OBS: Assim como em muitos destinos turísticos, em Porto de Galinhas há muitos ambulantes oferendo passeios, produtos e serviços. Por onde você andar, vai encontrar alguém te oferendo algo o dia inteiro. É irritante, mas faz parte.

É isso, gente! Me conta se você já conhece Porto de Galinhas e como estava a tábua de marés quando foi. Já sabia sobre esse detalhe? Qualquer dúvida ou sugestão, é só deixar seu comentário aqui embaixo!

See you later!

Lana Coli.

FONTES: <noticias.uol.com.br> <ipojuca.pe.gov.br> <oglobo.globo.com>