"Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos" (Nietzsche)

Meu primeiro roteiro pela Itália


Oie, gente!

Hoje eu venho compartilhar um pouco sobre o meu primeiro roteiro pela Itália. Nossa viagem pelo país incluiu muita história, muito gelato, uma culinária deliciosa e lindas praias. A viagem aconteceu em agosto de 2017, no auge do verão europeu. Apesar de ser o mês mais caro e mais LOTADO, foi uma viagem inesquecível! Esse vai ser um post resumindo os lugares por onde passamos, mas ainda não terminei meu roteiro por lá. Pretendo conhecer também a Sicília, o Etna, Lampedusa, as ilhas Egadas e afins. Muitos destinos famosos do país não fazem parte da minha wishlist, mas a Itália vai ser sempre aquele país que merece bis. Continue no post e confira por onde nós passamos.

Como Chegar a Itália


São diversas opções, mas nós iniciamos nossa viagem por Roma em um voo partindo de SP (GRU) para o Aeroporto  Leonardo da Vinci, conhecido como Fiumicino (FCO). Várias companhias voam do Brasil para Roma, principlamente do RJ e de SP, como: Ethiopian, Tap, Air France, Lufthansa, Iberia e nós voamos pela Swiss. A passagem custou R$ 3.350,00 por pessoa. Do Aeroporto até o centro de Roma são 30 km e nós fomos de trem expresso (trem Leonardo Express). A viagem leva 32 minutos e custa 14,00 €. Você pode comprar o bilhete na hora, mas precisa validá-lo em uma das máquinas antes de embarcar.

Roma


Com mais de 2500 anos de história, a Cidade Eterna é um museu a céu aberto e um dos destinos mais visitados do mundo. Tenha isso em mente, principalmente se for viajar durante a alta temporada como nós. Como nós fomos durante o verão, os dias renderam bastante, afinal o sol se põe após às 21h. Saiba que você vai andar bastante e que no verão é quente de verdade, principalmente em julho e agosto. Não vale a pena alugar carro em Roma. O transporte ideal será as suas pernas e o transporte público haha. Roma é uma delícia de cidade e tem bastante coisa para ver. O roteiro pela capital vai depender do que você faz questão de conhecer. Nós passamos por: Coliseu, Fórum Romano, Palatino, Fontana di Trevi, Pantheon, Piazza Navona, Castelo Sant'Angelo, Piazza Venezia, Piazza di Spagna e Vaticano.

DICA

- São várias fontes de água potável espalhadas pela cidade. Ande sempre com uma garrafa de água e aproveite para encher nas fontes;

- Não deixe de saborear muitos gelatos enquanto estiver na Itália. Em Roma não deixe de experimentar alguns dos 150 sabores da Gelateria Della Palma. Outra opção é a La Romana.

Colosseo, Roma

- Coliseu: obviamente que ele seria a estrela da nossa parada em Roma. Não tem como ir para a Itália e não visitar esse gigante. Eleito em 2007 como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, o Anfiteatro Flaviano (Coliseu) começou a ser construído em 71 d.C, foi inaugurado no ano 80, mas só foi concluído anos depois. É uma construção incrivelmente linda e imponente. A história por trás do Coliseu é pesada, afinal o espaço foi palco de combate entre gladiadores e também de batalhas com animais, ou seja, muito sangue foi derramado ali. 

Está localizado na Piazza del Colosseo e a principal dica para visitá-lo é comprar o ingresso com antecedência, pois o local fica lotado e muitas vezes a fila é gigantesca. De acordo com o Ministério da Cultura, o Coliseu recebe 6 MILHÕES de visitante por ano, sendo o monumento mais visitado da Itália! 


O ingresso custa entre 18,00 e 32,00 € incluindo o Foro Romano e o Palatino, ambos estão localizados pertinho do Coliseu e merecem muito a visita, principalmente para quem ama ruínas.

Funciona todos os dias do ano (exceto dia 25 de dezembro e 1 de janeiro) das 8h30 até 1 hora antes do pôr do sol.

- Altare Della Patria e Monumento a Vítor Emanuel II: está localizado na Piazza Venezia e o seu interior abriga o Museo del Risorgimento. O monumento é enorme, com 70 metros de altura e 135 metros de comprimento.

Altare Della Patria, Roma, Itália

- Fontana di Trevi: construída para servir de fachada de um edifício, consiste na fonte mais famosa do mundo, com seus 26 metros de altura e 20 de largura. Está localizada a 1,5 km do Coliseu, na Piazza di Trevi, a uns ~500 metros de distância da Estação de metrô Barberini. É extremamente turística, ou seja, fica LOTADA! A dica para fugir da muvuca é ir de madrugada, mas como eu não fazia questão fui em horário normal mesmo.


- Pantheon: construído em 126 d.C., consiste no edifício mais preservado da Roma antiga. A construção é linda e a visita é gratuita. Há uma abertura circular de 9 metros de diâmetro no teto que permite a entrada de luz e também da chuva. Inicialmente era dedicado a todos os deuses, mas tornou-se uma igreja no século VII. Por se tratar de uma igreja esteja atento às regras de vestimenta. Está localizado na Piazza della Rotonda, a 700 metros da Fontana di Trevi.

Funciona de segunda a sábado das 9h às 19h30 e no domingo das 9h às 18h. Fecha nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro.


- Castelo Sant'Angelo: foi construído em 123 d.C. e hoje consiste em um museu. Está localizado a ~800 metros de distância da Piazza Navona, às margens do Rio Tibre.

Funciona de terça a domingo das 9h às 19h30. Fecha nos dias 1 de dezembro, 1 de maio e 25 de dezembro. A entrada custa 22,90 


Vaticano


Independentemente da sua religião, o Vaticano é indiscutivelmente incrível. O menor país do mundo está localizado dentro de Roma, sendo um dos lugares mais visitados do planeta. São mais de 5 milhões de turistas por ano! 
A área de visitação é enorme e as filas para entrar são gigantescas, então dedique um dia para explorar os Museus com calma e compre os ingressos com antecedência. São mais de 54 galerias perfeitamente decoradas e com tetos forrados de obras de arte. Mais de 70 mil obras fazem parte da coleção dos Museus do Vaticano, mas "apenas" 20 mil estão expostas ao público. Os Museus do Vaticano possuem 4 rotas distintas para visitar as inúmeras galerias e todas finalizam na Capela Sistina. 

OBS

- Não é permitido entrar nas dependências do Vaticano com roupas curtas, sem mangas e decotadas;

- Todas as obras e ambientes do Vaticano podem ser fotografados apenas sem flash. Exceto para a Capela Sistina onde é proibido filmar e fotografar. 

- Capela Sistina: famosa devido às obras de michelangelo pintadas entre 1508 - 1512, seu teto é um enorme afresco que retrata nove cenas de Gênesis, sendo a Criação de Adão a mais famosa.

Sim, eu fotografei o teto da Capela Sistina, mesmo sendo proibido. Me julguem!

Horário de funcionamento: de segunda a quinta das 8h às 19h. Sexta e sábado das 8h às 20h. A entrada para os Museus do Vaticano + Capela Sistina custa a partir de 30,90 € na bilheteria oficial.


Puglia - Sul da Itália


A Puglia ou Apúlia é a região com maior extensão da Itália e está localizada bem no "salto da bota", Sul do país. Banhada pelos mares Adriático e Jônico, o destino é uma verdadeira joia para curtir o verão europeu. É formada pela capital Bari e mais cinco províncias: FoggiaBarletta-Andria-TraniTarantoBrindisi e Lecce. Alugamos um carro no aeroporto e fomos descendo de Bari até Lecce. Foi uma viagem linda! A Puglia é ofuscada por destinos como Sardenha, Sicília e Capri, mas acaba sendo um destino mais barato e com menos muvuca. Estivemos na Puglia em agosto de 2017, mês mais quente e lotado da Europa! O destino estava bem cheio, mas quase não esbarramos com brasileiros. 

Como Chegar a Puglia?


Os dois principais aeroportos na região da Puglia são o Aeroporto de Bari (BRI) e o Aeroporto de Brindisi (BDS). Nós chegamos por Bari (Aeroporto Karol Wojtyla) em um voo de 1h de duração pela companhia low cost Ryanair. O voo custou 27,5 € 11,00 € para despachar uma bagagem de 15 Kg - valores por pessoa.

Também é possível ir para a Puglia de carro ou de trem. São ~450 km de distância do Aeroporto de Roma até a cidade de Bari. Se preferir ir de trem a melhor opção é o trem rápido Frecciargento que faz o trajeto em 4h.

Informações Importantes:

  • O check-in na Ryanair foi feito online, caso contrário seria cobrada uma taxa extra. Outra coisa importante é a impressão do cartão de embarque, que é de total responsabilidade do passageiro e deve ser apresentado individualmente no portão de embarque;
  • É necessário ter autorização internacional para dirigir na Itália. A PID (permissão internacional para dirigir) é emitida pelo DETRAN e consiste na tradução da CNH em sete línguas (alemão, árabe, espanhol. francês, inglês, português e russo). O documento é aceito em mais de 100 países e NÃO substitui a CNH comum, ou seja, você precisar estar com os dois documentos em mãos;
  • Saia do aeroporto já com o carro alugado. São várias opções de praias e cidades fofas para visitar nessa região;
  •  A maioria dos estacionamentos na Puglia são pagos;
  • Os Beach Clubs são chamados de "lidos" e são muitos (eu detesto);
  • Entre 14h e 17h as lojas e restaurantes estarão fechados.

Gagliano del Capo

Bari é capital da Puglia e foi o nosso ponto de partida para explorarmos um pouquinho desse lindo pedaço da Itália. Saímos do Aeroporto de Bari já com o carro alugado e seguimos em direção ao centro velho, chamado Bari Vecchia. Passeamos por suas ruas estreitas e paramos para almoçar uma típica massa italiana. Nosso roteiro estava bem flexível, pois eu queria curtir cada minuto com calma. Claro que marquei alguns pontos específicos que queria conhecer, mas a gente ia parando o carro de acordo com o momento.

- Polignano a Mare: no dia seguinte seguimos para Polignano a Mare, a ~35 km de Bari. Um cenário lindo construído em cima dos penhascos que cercam o azul e verde do mar Adriático. São ~80 grutas e uma delas é tão grande que abriga o famoso e lindíssimo Hotel e Restaurante Grotta Palazzese. Disputadíssimo, o restaurante requer reserva e costuma esgotar rápido. O valor não é barato (~100,00  por pessoa) e dizem que a comida é ruim. Essa região é realmente fascinante e um dos cartões postais mais famosos da Puglia. Não deixe de conferir a vista da ponte Lama Monachile e da pequena Cala Porto. O centro histórico de Polignano é um charme e merece um dia inteiro de passeio
Não são permitidos carros no centro histórico.



Seguimos para Brindisi e pernoitamos na região, pois no dia seguinte iríamos para a província de Lecce, onde está a maioria das paradas do nosso roteiro, incluindo as praias mais bonitas da Puglia. De Polignano para Brindisi foram ~80 km, 1h de viagem. Lecce é conhecida como a Florença do Sul por sua arquitetura barroca e pontos históricos, como o anfiteatro romano e a Basílica di Santa Croce. Sua praça principal, a Piazza del Duomo, é considerada uma das melhores da Itália. A Dama do Barroco se encontra na famosa região do Salento, caracterizada por diversas praias de água azul turquesa e cristalina, cercadas por formações rochosas costeiras. A partir de Brindisi são menos de 40 km de distância.

Dica: em Lecce não deixe de provar o pasticciotto leccese - um bolinho amanteigado assado com recheio de creme (amêndoas, pistache, baunilha). É uma delícia. Também não deixe de tomar um gelato a qualquer hora. A Natale é considerada a melhor ...

Puglia

Marina di Melendugno: uma pequena cidade na província de Lecce, no centro-leste do Salento, entre Lecce e Otranto. Três pontos imperdíveis na região são: Grotta dela Poesia, Torre dell'Orso e Torre Sant'Andrea, ambos localizados na costa do Adriático.

- Grotta dela Poesia: essa caverna foi eleita como uma das 10 piscinas naturais mais belas do mundo pelo National Geographic. Localizada entre San Foca e Torre dell'Orso, é uma joia que faz parte do sítio arqueológico de Roca Vecchia. Possui 30 metros de diâmetro e fica lotada. O tempo todo tem gente pulando das pedras, mas o acesso a água pode ser feito por uma escada.

- Baia di Torre dell'Orso: possui uma extensa faixa de areia cercada por vários Beach Clubs. A praia tem 1 km de extensão e a paisagem principal fica por conta de dois faraglioni impressionantes de calcário e muito parecidos que foram chamados de "due sorelle" (as duas irmãs).

- Torre Sant'Andrea: essa é uma das paisagens mais lindas da Puglia. São diversos faraglioni espalhados pelo mar azul do Adriático.





Fomos descendo pelo mapa e passamos por várias cidades fofas e por muitas praias lindas, como Otranto, Maglie, Montesano Salentino, Mulino d'Acqua, Baia dei Turchi, Porto Badisco, Porto Miaggiano, Porto Tricase, Gagliano del Capo, Spiaggia di Pesculose (a famosa Maldivas do Salento), Punta della Suina, Punta Prosciutto e finalizamos em Alberobello. Não necessariamente nessa ordem e provavelmente devo ter me esquecido de algo, pois em alguns momentos paramos sem roteiro definido.

Mulino d'Acqua



Porto Miggiano

Punta Prosciutto

- AlberobelloPatrimônio Mundial da UNESCO desde 1996, está localizado em uma área conhecida como Valle d'Itria, a ~55 km de Bari. A "capital dos Trulli" - casinhas brancas de calcário com telhado em formato de cone, feito de pedras empilhadas sem argamassa, parece ter saído de um cenário de conto de fadas. Super charmoso e fascinante. Alberobello consiste em um dos principais cartões postais da Puglia. Trulli é plural de trullo, que significa cúpula em grego.


Após uma semana pela Puglia nós seguimos para Nápoles de trem, a partir da Estação Ferroviária de Bari - Bari Centrale. Compramos os bilhetes na trenitalia e foram dois trechos:
  • Bari para Caserta: custou ~28,00 € para dois e a viagem durou ~3 horas;
  • Caserta para Nápoles Praça Garibaldi: custou ~7,00 € para dois e durou ~30 minutos. 

Pompéia


Nápoles foi a nossa porta de entrada para conhecermos a famosa Pompéia (Pompei). A partir de Roma são 250 km de distância, mas a partir de Nápoles são 24 km. Pompéia ficou famosa devido à devastação causada pelo vulcão Vesúvio no ano de 79 d.C.. Entretanto, somente em 1748 ela foi "encontrada". É irônico, né? Uma cidade que foi destruída pela erupção vulcânica se manteve preservada pelas cinzas durante mais de 1500 anos. Desde 1997 é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O sítio arqueológico é enorme e está sendo escavado até os dias de hoje.  A área de visitação é dividida em 8 regiões. Na entrada do Parque tem mapas disponíveis com todas as informações e até sugestão de roteiro.


Horário de funcionamento: de abril a outubro das 9h às 19h30 e de novembro a março das 9h às 17h30. A entrada custa a partir de 19,00 .

Capri


A partir de Nápoles fomos passar o dia em Capri. Partimos 8h30 e retornamos após o pôr do sol. Pegamos o ferry rápido (~50 minutos) e custou ~90,00 € ida e volta para dois. 

A lendária terra de Ulisses está situada no Golfo de Nápoles a apenas 40 km e abriga a famosa Grotta Azzurra (Blue Grotto ou Gruta Azul), uma caverna maravilhosa com água azul neon. O passeio de barco pela ilha custa a partir de 23,00  + 18,00  pagos à parte para acessar a Gruta Azul. Valores por pessoa. Se quiser ir direto para a Gruta Azul é possível ir a pé até a entrada da gruta que fica em Ana Capri e lá pagar para entrar na gruta. Conhecer a Gruta Azul é um baita perrengue e sempre tem fila, ou seja, a espera é muito mais demorada que a experiência dentro da gruta. Apenas pequenos barcos a remo conseguem entrar na gruta e você precisa deitar na hora que o barco vai entrar. Esse é um passeio SUPER turístico, mas que vale a pena, pois aquele azul é surreal. Assim que os poucos minutos dentro da gruta terminam o barqueiro fica esperando pela gorjeta. Além de cobrar para entrar na gruta e ficar apenas ~5 minutos lá dentro, você ainda precisa dar gorjeta no final do passeio. Por volta de 5,00 - 10,00 € por pessoa. Saia que a entrada na gruta só acontece se a maré estiver favorável.


Capri é uma ilha montanhosa, prepare-se para muitas subidas e descidas. A ilha é extremamente turística, ou seja lotada. É divida em "Capri" e "Ana Capri" e um dia é o suficiente para explorar suas principais belezas.

O cartão postal da ilha: Faraglioni Stella, Mezzo e Fuori

É isso, gente. Assim finalizo o resumo da minha viagem pela Itália. Pretendo fazer posts separados para falar mais detalhadamente sobre cada lugar e, claro, ainda pretendo voltar para curtir mais verões europeus nesse país tão incrível e cheio de paisagens espetaculares. Qualquer dúvida ou sugestão é só deixar seu comentário.

See you later!
Lana Cole.

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